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Moran Magal – “Shades Of Metal (Private Collection)”

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  Lembro-me de quando era jovem e bem mais ingénuo de pensar em imensas coisas que o mundo parecia apostar a declarar como impossível: Sylvester Stallone em filmes com Arnold Schwarzenegger, Jean Claude Van Damme, Chuck Norris; filmes de super-heróis com eles todos à molhada e à batatada; álbuns com versões de heavy metal experimentais onde há uma aproximação com outros géneros musicais. Trinta anos depois, é bom ver que tudo aquilo que desejava tornou-se realidade com o passar dos anos, pelo que é sempre com um sorriso que se recebe em cima da mesa de trabalho um álbum como “Shades Of Metal” para apreciar. Para esclarecer, aquilo que temos aqui não é metal, fazendo todo o sentido o título do álbum (“Sombras de Metal”). São versões ao piano interpretadas por  Moran Magal , uma cantora, compositora e pianista israelita (participante do The Voice de Israel), das suas músicas rock e metal preferidas e com a ajuda de algumas personalidades, como o caso de Warrel Dane que canta na “Solitude

Slammin' Thru - "Things To Come"

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  Da Corunha chegam-nos os Slammin' Thru que apesar do nome que sugere algo na onda do hardcore, trata-se duma banda que toca rock/metal progressivo ambicioso que, segundo os mesmos, tem influências de Queensrÿche e de Dream Theater, algo que podemos verificar logo no primeiro tema "Metallic Leaves", que se apresenta com um riff agressiv, fazendo lembrar alguns momentos mais recentes de John Petrucci. Vocalmente, no entanto, a coisa corre na direcção cronológica inversa, com a voz de David a fazer lembrar os primórdios de Geoff Tate e até de Charlie Dominici, o primeiro vocalista dos Dream Theater.   O pior das referências é de podermos (nós que estamos a ouvir) presos a elas. Portanto, depois de reconhecer essas mesmas influências, o que temos a fazer é largá-las e apreciar as coisas boas que esta estreia tem, passando por algumas menos boas, como a produção que nos parece algo desequilibrada e algo caótica e suja - tudo características que até poderiam ser um atributo n

Paul Chain - "Alkahest"

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Paul Chain é um nome estranho para se baptizar a um projecto de heavy doom tradicional a não ser que seja o nome do músico. Mesmo assim, é estranho. Este é um dos projectos de Paolo Catena que usa o nome artístico Paul Chain nos seus diversos projectos, incluindo este que já cessou actividades. Também podem conhecê-lo por fazer parte dos míticos Death SS, dos quais foi um dos membros fundadores. "Alkahest" foi lançado originalmente em 1995 e tem a particularidade de contar com Lee Dorrian em metade do disco.    A primeira metade é cantada pelo próprio Paul Chain que tem um timbre muito... peculiar. Comparar as duas partes deste trabalho é como comparar a noite e o dia. Mesmo em termos de composição. Nessa primeira parte é evidenciado um heavy doom simples com uma voz que tem mais de rock psicadélico (a voz do amigo Paul) do que propriamente aquilo que género sugere, embora se tenham aqui alguns riffs interessantes e arrastados como aqueles que encontramos em "Sand Glass

Q5 - "New World Order"

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  Os Q5 são um dos nomes clássicos do hard'n'heavy mundial que provavelmente menos se conhece hoje em dia. Falamos por nós, que tínhamos algum desconhecimento da sua existencia. Com uma primeira fase da sua carreira a remontar à década de oitenta, onde se formaram das cinzas dos TKO juntando-se com Floyd Rose (esse mesmo, o criador do do sistema Floyd Rose) e gravando dois álbuns lançados em 1984 e 1986, a banda desmantelou-se pouco depois do segundo trabalho, após a desistência de Rose. Depois só deram ar de sua graça em 2009, quando se reuniram para um concerto. Voltaram a sério em 2014 e aqui estão eles para o seu terceiro álbum.   Tendo em conta as datas e os nomes envolvidos (e principalmente porque se trata de um regresso aos álbuns patrocinado pela Frontiers Records) não é muito difícil perceber o que é que temos aqui à nossa espera. É mesmo hard'n'heavy retirado da década de oitenta. Não podemos dizer que tenha havido aqui uma actualização de som, já que o que p

Today Forever - "Derangement" Review

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  Nada como um pouco de hardcore para acordar para a vida e abanar o carolo. É precisamente isso que o quinteto alemão Today Forever nos propõe neste seu EP, "Derangement". A banda já tem rodagem suficiente (quatro álbuns no bucho) para saber como apresentar música intensa e directa ao ouvinte com aquela que abre este EP "Final Remark", o primeiro nove temas que passam num instante. Numa altura em que o hardcore e todas as outras experimentações sónicas com "core" no final estão na ordem do dia, um pouco em saturação, é positivo verificar-se que ainda existem formas de contornar os lugares comuns.   A forma mais usada pelos Today Forever é sem dúvida uma boa dose melodia - onde nem sempre se mostra eficaz, como no refrão com voz limpa/melódica de "Tons Of Regret" - e com muita intensidade à mistura. Não sendo um trabalho revolucionário é interessante e agradável o suficiente para quem aprecia o estilo e para quem aprecia música pesada e directa.

Hostage Of Fate - "II" Review

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  A Grécia sempre nos apresentou propostas peculiares dentro do espectro da música pesada e os Hostage Of Fate não são excepção. "II", como o próprio nome indica, é o segundo álbum do duo grego composto por George Adamidis nas guitarras e Achilles Karageorgiou também nas guitarras assim como o baixo, voz e programação de bateria. Não conhecemos o trabalho anterior do duo, mas aquilo que podemos dizer é que "II" apresenta muitas, demasiadas falhas". Vamos salientar aquelas que achamos mais evidentes. Comecemos pela forma e depois passaremos ao conteúdo.    A produção parece ser caseira - nada de errado com isso - e algo amadora, com a bateria a soar tosca com o som das guitarras a soar doloroso aos ouvidos. Tudo bem que o death metal deve ser agressivo, mas é preciso que exista qualidade nessa mesma agressão sónica. Qualidade que simplesmente não existe aqui. Quanto à bateria, não é só o som o problema como, principalmente, a programação, algo caótica e a não f

Blodspor – “Only Sheep Cry Wolf”

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  O bom dos EPs é que normalmente são concisos, directos. Declarações curtas e grossas, sem qualquer rodeios. Claro que também existem aqueles EPs que são lançados no intervalo de discos e que servem para deitar cá para fora sobras de estúdio e/ou para ter um aperitivo para algo que aí venha. No caso dos  Blodspor  e deste “Only Sheep Cry Wolf” temos o primeiro caso, já que o banda lançou o seu álbum de originais já em 2011, tendo andado desde então nos EPs. Por nós tudo bem, porque se a qualidade for como a que ouvimos aqui, está tudo justificado. São quatro petados de harcore tingido a thrash/death metal que nos fustigam como se fossemos ingleses a levar com o blitz em cima. São pouco mais de dez minutos onde é distribuída fruta com fartura em todas as direcções. Ao contrário da fórmula que já nos causa enjoo, o hardcore aqui é bem metalizado e, sinceramente, é muito difícil verificar onde é que começa o metal e onde acaba o hardcore. Temos a certeza de que se acrescentassem mais doz